sexta-feira, 13 de julho de 2012

O Fantasma da Demissão

O susto causado por uma demissão costuma ser bem maior que o provocado por qualquer gato preto que cruze seu caminho em uma sexta-feira 13.

Mas, ao contrário do felino que parece surgir do nada entre as sombras, o fantasma do emprego perdido faz algum barulho antes de possuir o profissional condenado.


Sentir-se com a visibilidade de uma alma penada quando os chefes e a equipe discutem novos planos, por exemplo, é um sinal de que o mal se avizinha. "O funcionário passa a não ser lembrado para novos projetos, ou mesmo as tarefas que executa começam a ser divididas com outras pessoas", exemplifica Marcia Oliveira, consultora em transição de carreira da Right Management.


Quando a companhia sofre uma reestruturação, a ameaça é quase palpável. Nesses casos, cabeças costumam rolar – e uma delas pode ser a sua, mesmo que seu desempenho profissional seja de outro mundo.


Se o chefe encarna em você toda vez que algum trabalho em equipe dá errado ou ele parece querer comer seu cérebro a cada relatório de avaliação, talvez seja o momento de trazer à vida uma autorreflexão sobre sua própria responsabilidade por estar com a corda no pescoço.


"É preciso se perguntar: será que estou fora do contexto da organização?", ensina Oliveira. "Será que meus valores estão alinhados com os da empresa? Eu ajo como seus líderes agem?".


Em vez de perambular pelas atividades cotidianas como um zumbi ou demonstrar um ânimo de quem arrasta correntes ao concluir missões de vida ou morte para os objetivos do grupo, uma saída é conversar com o chefe em busca de uma luz para possíveis correções de rota.


Isso, é claro, se o relacionamento entre vocês permite essa aproximação. E cuidado para não abrir a "Caixa de Pandora" e revelar possíveis defeitos que ele não havia notado; é melhor que essas máculas permaneçam ocultas.


Autor : Edson Valente - UOL São Paulo.